quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Índice de Vulnerabilidade Juvenil no país é divulgado pelo FBSP


Entre os 283 municípios com mais de 100 mil habitantes, apenas 13 se tornaram mais vulneráveis: Araras está entre eles com a 164ª posição

 O Rio de Janeiro é a capital brasileira que mais reduziu a vulnerabilidade juvenil à violência, enquanto São aulo é capital de Estado do País onde os jovens são, proporcionalmente, menos vulneráveis à violência. Os dados constam do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-Violência) apurado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em sentido inverso a São Paulo, dos dez municípios com os maiores IVJ-Violência, cinco estão na Bahia. A capital com maior IVJ – Violência é Maceió, que ocupa a 12ª posição.


O índice considerou as taxas de violência a que os jovens de 12 a 29 anos de idade estão expostos: homicídios e mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas; e o acesso ao mercado de trabalho. Nesta edição, é feita uma comparação entre os anos de 2007 e 2010, para as 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes em 2010.

“Consideramos que, nacionalmente, houve uma importante melhora do IVJ-Violência, possivelmente como resultado das políticas de maior proteção e inserção social dos jovens”, avalia Samira Bueno, secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e responsável técnica pelo IVJ-Violência. “Há muito espaço, ainda, para evoluirmos na redução da exposição dos jovens à violência. Esperamos que os bons resultados colhidos por São Paulo e Rio de Janeiro também motivem outros Estados a avançar na agenda de redução de vulnerabilidade juvenil”, acrescenta Renato Sérgio de Lima, conselheiro do FBSP e supervisor técnico do indicador.

O IVJ-Violência é medido em uma escala que varia de 0 (melhor resultado possível) a 1 (pior resultado possível) e classifica em primeiro lugar as cidades mais vulneráveis à violência. Funciona, portanto, como um “ranking inverso”, no qual a pontuação mais elevada representa maior vulnerabilidade do município. Ele foi desenvolvido a partir do Índice de Vulnerabilidade Juvenil, da Fundação Seade, de São Paulo, e incorpora em sua dimensão que mede homicídios e acidentes de trânsito a metodologia do Índice de Homicídios de Adolescentes, criada pelo Laboratório de Análise da Violência da UERJ.

Com IVJ-Violência de 0,230 e a 221° posição entre as 283 cidades do ranking, São Paulo é a capital com menor vulnerabilidade juvenil à violência no País. O Estado também conta com sete das dez cidades mais bem posicionadas no ranking: Araraquara (274°), São Carlos (277°), Limeira (278°), Americana (279°), Birigui (280°), Valinhos (281°) e São Caetano do Sul (282°). A cidade menos vulnerável à violência juvenil no País é Pouso Alegre, em Minas Gerais, com IVJ-Violência de 0,153 ponto.

Em 2007, a cidade do Rio de Janeiro era a quinta capital do ranking nacional onde os jovens eram mais vulneráveis à violência. A melhoria de indicadores como taxas de homicídio, pobreza e desigualdade socioeconômica conduziram a cidade a se tornar a quarta capital menos vulnerável, apresentando a maior evolução no ranking nacional considerando todas as capitais. Considerando todas as cidades, o Rio avançou 153 colocações, ocupando agora a posição 193 e marcando 0,471 ponto.

Por outro lado, outras seis capitais perderam colocações no ranking: Palmas (102° cidade mais vulnerável), Rio Branco (97°), Cuiabá (75°), Macapá (56°), Porto Alegre (53º) e Maceió (12°).

Maceió é, inclusive, a capital brasileira mais vulnerável à violência. De acordo com o IVJ-Violência, Maceió é a 12° cidade brasileira mais vulnerável à violência, com 0,419 pontos, sendo o indicador de mortalidade por homicídios o principal determinante para este resultado. Entre os 11 municípios mais vulneráveis que Maceió, seis são baianos: Simões Filho (11°), Teixeira de Freitas (9°), Lauro de Freitas (8°), Paulo Afonso (7°), Porto Seguro (4°) e o município mais vulnerável à violência no País, Eunápolis. Completam os 10 primeiros lugares do ranking: Marabá (2°), no Pará, Arapiraca (3°), em Alagoas, Santa Rita (5°), na Paraíba, Alvorada (6°), no Rio grande do Sul, e Luziânia, em Goiás.

No ranking geral, Macaé, no Rio de Janeiro, foi a cidade que mais reduziu sua vulnerabilidade à violência juvenil. Em 2007, a cidade era a sétima mais vulnerável e agora, ocupa a 185° colocação e seu IVJ-Violência avançou de 0,571 para 0,252 pontos. No outro extremo da tabela, Águas Lindas de Goiás (GO) viu seu IVJ-Violência sair de 0,237 para 0,363, perdendo 224 posições no ranking e se classificando como 38° cidade mais vulnerável à violência juvenil do Brasil.

De modo geral, a maior parte das cidades avaliadas reduziu sua vulnerabilidade à violência entre 2007 e 2010. Entre os 283 municípios avaliados, apenas 13 se tornaram mais vulneráveis: Águas Lindas de Goiás; Araucária (33°), no Paraná; Porto Seguro; Bento Gonçalves (92°), no Rio Grande do Sul; Paulo Afonso; Alvorada; Itapipoca (19°), no Ceará; Parintins (104°), no Amazonas; Guarapuava (60°), no Paraná; Abaetetuba (31°), no Pará; Nossa Senhora do Socorro (99°), em Sergipe; Araras (164°), em São Paulo; e Pinhais (30°), no Paraná.

Analisando os municípios que mais avançaram e os que mais caíram no ranking, destaca-se por fim que, dentre os dez municípios que mais melhoraram sua posição do IVJ – Violência entre 2007 e 2010, oito eram municípios que tinham aderido ao Pronasci (Programa de Segurança Pública com Cidadania, lançado em 2007 pelo Governo Federal). Já entre os dez que mais pioraram, apenas quatro eram cidades que haviam aderido ao Pronasci. Segundo Lima, “o IVJ - Violência não tem o objetivo de isolar o impacto de programas como o Pronasci e avaliá-los especificamente. O que há é uma evidência de que a focalização adotada pelo MJ funcionou e que, para garantir avanços futuros, mecanismos de monitoramento e avaliação da política de segurança pública precisam ser estruturados”.

Sobre o IVJ-Violência

O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência é apurado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) a pedido da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça (MJ), por meio de Termo de Parceria que visa produzir subsídios à Política Nacional de Segurança Pública. O indicador baseia-se nos dados consolidados pelo último Censo Demográfico, realizado em 2010, e retrata questões que influenciam a vida de jovens de 12 a 29 anos de idade.




Fórum Brasileiro de Segurança Pública é uma organização não-governamental que tem como missões principais: a promoção do intercâmbio, da cooperação técnica para o aprimoramento da atividade policial, da gestão da segurança pública no Brasil, a manutenção de canais permanentes para o diálogo e a ação conjunta entre seus associados, filiados e parceiros.

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